Planeta que "não deveria existir''
Astrônomos descobriram com o uso do telescópio Hubble evidências da formação de um planeta a 12 bilhões de quilômetros de sua estrela, o que desafia uma das teorias mais aceitas, afirma a Nasa - a agência espacial americana. O estudo foi divulgado na publicação especializada The Astrophysical Journal nesta sexta-feira.
Com o uso do Hubble, os astrônomos encontraram uma falha de 1,9 bilhão de quilômetros de diâmetro no disco protoplanetário de gás e poeira que fica ao redor da estrela e tem cerca de 66 bilhões de quilômetros. É esse buraco que indica que existe um planeta ali e que teria se formado pela aglutinação do material ao seu redor, o que deixou o vazio no disco.
Conforme uma das teorias mais aceitas, um planeta a 12
bilhões de quilômetros de seu sol deveria levar 2 bilhões de anos para
se formar. O problema é que TW Hydrae tem apenas 8 milhões de anos - ele
dificilmente teria planetas, segundo essa proposição. Complica ainda
mais o dado que indica que essa estrela tem apenas 55% da massa do nosso
Sol.
"É tão intrigante ver um sistema como esse", diz John
Debes, do Instituto Space Telescope Science, nos Estados Unidos, e líder
do estudo. "Esta é a estrela com menor massa que observamos a ter esse
tipo de falha."
Uma teoria alternativa pode explicar o que acontece no sistema. O disco poderia se tornar gravitacionalmente instável e colapsar, o que, segundo este cenário, levaria a uma formação rápida de um planeta - em "apenas" milhares de anos.
"Se conseguirmos realmente confirmar que há um planeta
ali, nós poderíamos conectar suas características com as propriedades da
falha", diz Debes. "Isso pode adicionar teorias de formação planetária
para (entendermos) como realmente um planeta se forma a uma longa
distância (de sua estrela)."
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